sábado, 8 de dezembro de 2007

Under TPM waiver to do silly things - 3

Foi na sinopse que leu o parágrafo a seguir: "E, acima de tudo, se o cara com quem está saindo não parece estar completamente a fim de você, ou se você sente necessidade de começar a analisá-lo, por favor, lembre-se da idéia gloriosa de que ele simplesmente não está a fim. Enfim, libere-se e trate de encontrar um que esteja".


Imediatamente se identificou com o trecho "se você sente necessidade de começar a analisá-lo". Desistiu de Nietzsche e foi de "Greg e Liz" mesmo. Os autores eram da redação de Sex & The City e o mínimo que ela iria ganhar com esse livro era algumas gargalhadas. Pagou sem culpa os R$ 40,00 no caixa, mesmo sabendo que o livro deveria custar R$ 30,00 nas livrarias convencionais. Mas estava no aeroporto e o vôo atrasado.


Sentou-se na sala de embarque e sentiu-se um tanto constrangida com a literatura que tinha em mãos. Logo ela que achava que não se importava com o que os outros pensam! Se não se importasse não estaria tendo esses pensamentos. Deu de ombros, abriu o livro e começou a leitura. A cada página ela se arrependia do dinheiro gasto na passagem e pensava se esse livro e o atraso do vôo não eram sinais do Cosmos para que ela cancelasse o bilhete e voltasse para casa antes de cometer tamanha insanidade.


Mas um lado seu era muito insano! Ela sabia disso. E outro lado era muito auto-confiante. Estratosfericamente auto-confiante! A ponto de lá no fundo, acreditar que poderia ser um enredo diferente ao desembarcar.


Se pegou distraída das páginas do livro devaneando sobre o desembarque. Imaginou a cena e o diálogo. Ela desembarcando charmosa e sexy (ela sempre se sentia sexy num avião). Ele a esperando com olhar incrédulo e um sorriso enorme. E dizendo para ela "Você é maluca mesmo!" E no seu devaneio ele a abraçava pela cintura e lhe dava um beijo na boca.


O pensamento fez "puf" até porque essa atitude não combinava com a personalidade da criatura e ela procurou o parágrafo onde tinha parado de prestar atenção.


Já tinha lido quase o livro inteiro quando ouviu a companhia aérea anunciar o novo portão de embarque: 23. Levantou-se, foi para o novo portão e viu que a aeronave já estava em solo e os passageiros do trecho anterior desembarcando. Agora era apenas uma questão de minutos para o embarque. Se quisesse desistir, teria pouco tempo agora.


(continua)

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