sábado, 29 de dezembro de 2007

pedidos de ano novo

Ainda não sei se na minha lista de pedidos prioritários do ano novo eu peço pra "ele querer ficar comigo pra sempre" ou para "eu desistir dele de vez".

da série: eu também fico indecisa!

"eu escolhi nós dois"

_ Dez pra meia noite, preciso ir se não vou perder o último metrô e vou gastar uma grana de taxi...
_Fica?!?! Vamos ver o filme?
_ Não, Angela! Preciso ir. 18 chamadas perdidas no meu celular...

Ela vai abrir a porta... ele está com uma cara estranha... ela pergunta que cara é essa, mas ele não responde... continua com uma cara estranha... ela abre a porta e fala:

_ Pode ir. Aqui vc não está em cárcere privado não... não sou sua madrinha!

Ele se despede, dá um beijo na bochecha dela e ela não retribui... normalmente é o contrário: ela o enche de beijos e ele quase não retribui... Ele espera o elevador e ela recomenda: "Vai de escadas, se não vc perde esse metrô!" E ele desce.

5 minutos depois ela manda um torpedo e ele responde, ela manda outro e assim sucessivamente:

23:55"Conseguiu? Tava aberta a estação?"

23:56 "Tô aqui. Vamos ver. Me falaram que ainda tem um metrô. Obrigado por tudo, só não quero novamente brigar com você por bobagens. Bjos e boa noite"

00:03 "Não tô brigada não. Preferia que vc ficasse pq a gente demora tanto a se ver... Só por isso. Se vc está dentro da plataforma tem metrô sim. Beijos e boa noite, donzelo :P"

00:04"Já entrei no metrô. Eu te entendo, só gostaria que vc tb entendesse o meu lado, mas não quero discutir isso. Só fico confuso achando que tô errando. Bjos e boa noite."

00:12 "Relaxa, amore. Vc sabe que eu te amo incondicionalmente. Tb entendo vc mas eu agiria de forma diferente. Mas respeito seu jeito de agir apesar de não concordar. Eu sempre pensei: já que vou me estressar mesmo, que valha a pena então! Beijo e fica bem."


Passa um tempo, ela assistindo "Um Homem de Família" com Nicolas Cage, que uma amiga sua lhe emprestou... dá uma pausa pois imagina que ele já chegou e manda outro torpedo.


01:20 "Chegou bem? Espero sinceramente que vc não tenha tomado bronca por minha causa. O filme que estou vendo é ótimo. Pena vc não estar aqui. Vc ia adorar. Beijo"

01:21 "Tomei bronca não, relaxa. Ia te mandar um torpedo agora. Tô aqui conversando com meu irmão. Bjos e bom filme."

01:23 " :) te amo, sabia?"

Ela não sabe bem porque mandou essa mensagem, parecia meio fora de contexto, mas teve vontade. E ela fazia o que tinha vontade sempre que era possível!

01:24 "Qual é a sua? hahahaha! Tb te amo! Sei que no fundo vc sabe disso. Só sou difícil muitas vezes e fico mto confuso comigo mesmo por não saber se estou agindo certo."

01:30 "Confusão é o primeiro estágio para o aprendizado. Sair da zona de conforto, lembra dos treinamentos? A minha? Vc sabe, mas vou falar em português claro dessa vez: você! Sempre! :) beijo"

E continua assistindo o filme que fala sobre escolhas. Termina o filme e ela pensa:

"E quando nossas escolhas não dependem única e exclusivamente da gente? O que é que a gente faz?"

E vai pra internet às 3h da manhã. Precisa desesperadamente escrever. Agradece à amiga o filme numa msg offline. Fala que está refletindo sobre quem deveria ter visto o filme também. Porque ela estava certa e segura de suas escolhas, mas ele, aparentemente, não...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Maria Bethânia -

Explode Coração!!!

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

o doce prazer da espera

Danuza Leão termina uma crônica sua sobre "A doce sina da espera" dizendo que "se depois de uma briga ele liga pra conversar... "

Eu mudo só esse início e a partir daí sigo na íntegra o texto dela:

"Se ele telefona dizendo que vai chegar ela só pensa em uma coisa, na roupa que vai usar. E sai desatinada, na hora do almoço, para fazer uma escova rápida, as unhas das mãos e dos pés e uma depilação básica. Aí, começa a espera; se marcaram para as 9, às 8h30 ela já está com o coração disparado; às 9h15 já tirou o telefone do gancho umas 18 vezes para saber se está funcionando, e começa a achar que ele não vem. Afinal, quem ama não se atrasa. Às 9h30, já prestes a cortar os pulsos, jura - ju-ra - que se o interfone tocar não vai atender. Mas, quando toca, ela sai correndo, se arriscando a quebrar a perna no caminho. Pensando bem, não há nada melhor no mundo do que esperar pelo homem amado. Num período de 12 horas, somos capazes de passar por todo tipo de emoção: alegria, expectativa, angústia, raiva e ódio, até atingir a felicidade total, quando ele chega. Essas emoções só nós conhecemos, e cá entre nós: eles não sabem o que estão perdendo, coitadinhos. - Danuza Leão

Bem, não preciso falar mais nada né? Danuza já disse tudo, o que prova que eu não sou a única mortal na face da terra que está aqui na maior adrenalina sem conseguir dormir só pro dia de amanhã chegar mais cedo. Exatamente igual criança ansiosa esperando a chegada do Papai Noel. Tem cabimento isso? Ou melhor: tem cura pra isso???

Já arrumei banheiro, já separei roupa de cama, já varri a casa, já decidi o cardápio do almoço de amanhã... já antecipei cada segundo de emoção que vou viver... Ow meu Deus!!! É por isso que é tão impossível me desapaixonar. DESISTO. Com todas as letras!!! Absolutamente DESISTO! Por que a doce espera compensa a felicidade plena e absoluta que está por vir. Vou tentar dormir... Pro dia de amanhã chegar mais cedo.

E amanhã, quando eu ver aquele sorriso que me faz crer em amores eternos, quando eu abraçar aquela criatura que me deixa mais feliz só pela sua presença, vocês podem ter certeza que meu coração vai estar transbordando de felicidade.

Me desejem boa sorte meus leitores fiéis ;) Só sorte mesmo, porque milagre já é pedir demais...

sábado, 22 de dezembro de 2007

Dia de Compras

Todo mundo aqui sabe que eu detesto shopping. Mas às vezes é inevitável. Eu queria ir na Imaginarium (apesar de saber do risco que corro quando entro lá). A Imaginarium fica em frente ao Shopping Tijuca, portanto estacionei lá. Não tinha mesmo vaga em frente.

Tive sorte. Achei vaga no G3, e no que eu ia descendo todos os andares do shopping para ir determinada, na Imaginarium, passo por uma vitrine e um vestidinho lindo para passar o Natal me chamou. Como só tinha G teve que ficar para ajustar, mas um outro tinha P e ficou lindoooooooooo. Resultado: comprei os dois. Um pra noite do dia 24, outro pro almoço do dia 25.

E fui lá pra Imaginarium que eu não sou mulher de ficar batendo perna em shopping não... Na Imaginarium... uma fila enorme na porta!!! Acreditem se puderem. E eu também não sou mulher de ficar em fila não. Pago conta com multa pra não enfrentar fila. Mas era a Imaginarium e o presente que eu queria só poderia estar lá. Resultado: depois de uns 20 min na fila, fique uns 60 minutos lá dentro. E saí com um saco enorme digno de Papai Noel. Perguntem. Apenas dois presentes para eu dar e um monte pra eu me dar!!! hahahahahaha!!! É por isso que não posso entrar na Imaginarium não.

Todo mundo sabe que uma mulher volta feliz das compras. Isso é fato. E voltei pra casa, felizinha que só com meu vestidinho novo, com meus vários presentinhos da Imaginarium que estão só fazendo quórum na árvore mas são quase todos meus... E até que nem doeu. Só no bolso, mas faz parte...

Fragmentos de uma saudade

Selecionar os textos para meu livro não vai ser tarefa nada fácil. Talvez eu devesse delegar a tarefa para dois ou três amigos de bom gosto literário e pedir para escolherem as crônicas que não poderiam ficar de fora. Porque visitar os arquivos deste e o outro blog me dá uma nostalgia...

Saudades do Sr Incrível e todas as histórias relacionadas a ele até chegar no dia da minha tatuagem... Saudades de uma época que Mr Cat gostava de mim e declarava seu amor em comentários, torpedos apaixonados no meio do dia, conversas intermináveis no msn... Saudades de uma viagem para Pipa que acabou não rolando... Saudades de quando comecei a me apaixonar por Mr Big... de acordar de madrugada diariamente para falar com ele no msn. Tudo registrado por aqui...

Dizem que o bom da saudade é que ela é a melhor prova de que nosso passado valeu a pena. Pode ser. Mas o ruim da saudade certamente é a incerteza de que o futuro será tão legal quanto.

Então é Natal...

E alguém precisa desesperadamente dizer para a Simone que aquele CD dela de músicas natalinas que toca insistentemente nas lojas essa época do ano é muito chatoooooooooooooooo!!!

Meu Deus!!! O pior do Natal para mim não são as compras de última hora, não é a eterna discussão de quem passa na casa de quem, principalmente em tempos modermos, famílias modernas, pais separados, enteados, famílias agregadas... Não. Isso não me estressa!!!

Nem os engarrafamentos ou os Shoppings lotados. Nem o calorão da cozinha assando o Chester, Peru, Pernil ou os três ao mesmo tempo em pleno verão no Rio de Janeiro... Não... nada disso me estressa tanto quanto a terrível voz de Simone cantando "então é Natal, e o o Ano Novo também..."

Lembro até hoje de um amigo que me contava que seu pai nessa época do ano chegava pra ele e dizia: "o abominável espírito natalino já tomou conta de toda a cidade!" Só posso rir com isso!!!Porque eu gosto do Natal. Gosto sim apesar dos pesares... Queria que minha família fosse mais unida e passasse toda junta. Mas não rola... E aí dia 24 e 25 acabam sendo de peregrinação de casa em casa, telefonemas e emails e a gente (assim como o Bom Velhinho) não pode esquecer de ninguém.

Amanhã publico um post de Feliz Natal. Por hoje é "post-enquete".
Diga aí você: o que é o pior do Natal para você?

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Solidão

Ela entrou no metrô e reparou numa senhora sentadinha, pensativa num daqueles bancos laranjas. Chegou a estação final e a senhora não desceu. Ela não achou estranho. Lembrou que um dia sua tia, já bem idosa, ficou "passeando" de metrô de uma estação à outra "só pra se refrescar no ar condicionado". O calor estava relmente terrível no Rio, mas ela ficou refletindo sobre a velhice, sobre a solidão, sobre um monte de coisas só por causa daquela senhorinha que não desceu do vagão.

Pensou: "Essa vida é mesmo uma incógnita. Quando a gente é novo, imagina que estar sozinho, ou melhor, sentir solidão, é meio que uma opção nossa. Que se você casar, tiver filhos, uma família grande e presente, um monte de amigos, uma rede grande de conhecidos, estará imune à solidão." Mas cenas como àquela a faziam refletir. Hoje em dia ela já sabia que casamentos não eram eternos nem garantia de uma companhia na velhice. Filhos muito menos! Sempre soube!

O que seria garantia então? Nada! Absolutamente nada! Se o tal destino existisse mesmo, muito mais que o livre arbítrio, de qua adiantaria? Se a pessoa estivesse pre-destinada a ficar só por uma questão cármica???

Uma coisa era a pessoa estar só por opção. Há momentos em que se quer estar só. Ela mesma: adorava viajar sozinha. Uma vez leu uma crônica da Danuza Leão aconselhando as leitoras a viajarem para Paris sozinhas e entendeu perfeitamente o prazer que aquilo podia proporcionar. Viajar sozinha era uma das coisas que curtia.

Mas óbvio que já tinha passado por momentos onde se sentiu sozinha no meio de uma multidão. E sabia que a solidão era um tabu e que as pessoas evitavam falar sobre ela. Usavam de eufemismos ou a transformavam em poesia. Só para que ela parecesse menos feia.

Conhecia gente que procurava aumentar desesperadamente a rede de "amigos" dando mais atenção aos "novos amigos" que aos atuais. A ponto de, com esse comportamento, magoar muito os atuais!!! Mas entendia que isso era no fundo um comportamento de "tentar fugir da solidão". Era muito compreensiva! Às vezes pensava que devia ser menos compreensiva...

Pensou de novo na senhora do metrô. Podia estar só por opção ou não. Podia ter filhos ou não. Podia aturar um marido só pra dizer que tinha um, ou não. Porque se tivesse um marido presente e fosse feliz com ele, vamos combinar que ele deveria estar lá passeando com ela??? Mas viu que estava reduzindo tudo e todos a clichés e esteriótipos. A senhora podia simplesmente ter errado a estação e ter decidido voltar!!!

Pensou que esse medo súbito da solidão só podia estar vindo da TPM. Ou da possibilidade de vir a se mudar para um país distante. De ficar longe da família e dos amigos atuais. E tudo isso somado ao fato de que "o amor da sua vida" estava cada vez mais distante. Cada vez menos idealizado e mais voltando à realidade de fato: era apenas seu amigo. Um grande amigo, mas apenas isso. O tal sonho e a "certeza" de que ficariam juntos ficava cada vez mais distante à medida em que ela percebia o abismo que os separava...

Mas não queria falar desse abismo. Na verdade não queria falar de nada disso. Mas a senhora do metrô foi o propulsor desses pensamentos sobre a solidão. Ou talvez um sonho que teve à noite. Lembrou que sonhou que tinha tido um outro filho... Um bebezinho (óbvio!) Mas no sonho era um bebezinho ainda, isso que ela quis dizer. Pensou se não estava vendo filmes reflexivos demais. Tinha assistido "Jornada da Alma" sobre um amor secreto de Jung ontem. E tinha adorado!!!

O fato é que ela precisava colocar esses pensamentos sobre a solidão para fora. Então pronto: escreveu! Sabia que o blog era também um canalizador para esses sentimentos e não apenas um lugar para textos elaborados e bem escritos. Normalmente os primeiros, quando densos demais como este, ela deixava no draft, poupava os leitores da blogterapia. E os últimos, ela sonhava em selecionar para um livro...

Mas resolveu publicar este simplesmente pela falta de inspiração para outro post.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Homem Primata, Capitalismo Selvagem

Você sai com seu carro, um belo dia e a luz do óleo acende. Você está indo para um local longe da sua casa e isso acontece numa serra, num lugar que não dá para parar. Você pensa: deve ser uma pane elétrica, pois tem óleo no motor.


Para no posto, checa o óleo, resolve seguir viagem. Resumo: não era pane elétrica: houve entupimento no sistema hidráulico e você dirige mais de 40 km numa serra com o carro literalmente sem óleo. Chega em casa e quando comenta o fato com o mecânico, o veredicto: deve ter batido motor. R$ 2500,00 para consertar.


Você, literalmente em choque, deixa o carro parado mais de um mês na garagem, pensando o que vai fazer. Somando o valor do conserto ao valor do IPVA atrasado, é quase o valor do próprio carro. Você avalia se vale a pena, mas pensa o que vai fazer com aquela sucata parada na garagem. Isso! Sucata!!! Quem sabe vender as peças???

Depois de um mês pegando ônibus pra cima e pra baixo, passando mal de andar no sol para buscar sua filha na escola, você decide: essa vida não é pra mim! Chama o mecânico e seja o que Deus quiser! A maré de boa sorte começa a soprar pro seu lado quando ele escuta o motor e diz: "Não bateu motor não. Mas não podemos arriscar a dirigi-lo nem mais 50 m assim. Se a luz do óleo apagar a gente leva pra oficina." Você nem acredita!

A luz do óleo apaga! O mecânico dirige até a oficina e o carro fica lá 24h consertando. Prejuízo: menos de R$ 500,00!!! Ou seja, lucro de R$2000,oo!!! Você agradece seu anjo da guarda (o cara!!!) que te fez esse milagre, pois dirigir a Grajaú-Jacarepaguá, ida e volta sem óleo no motor e sair ilesa não é pra qualquer mortal.

Mas...

Todos nos temos um anjinho numa orelha e um diabinho na outra. E ao sair da oficina, que funciona numa concessionária de compra e venda de automóveis, o diabinho te mostra: "Olha aquele Fiat Strada Adventure ali. Azul marinho, depois do vermelho, sua cor preferida de carro! Volante esportivo, rack, rodas de magnésio, cabine estendida, dá até pra levar a Carol no banco de trás!"

Você para para olhar o carro. Carol não gosta! Diz: "Não tem lugar pra mim aí!" Você a tenta convencer: "Tem sim, olha esse banquinho atrás. E já-já você faz dez anos e vai poder andar na frente!" Golpe baixo esse!!!

Você pergunta para o vendedor quanto custa. Ele diz R$ 25000,00. Você lembra do FGTS aplicado, faz as contas se desse o seu de entrada, fica tentada!!! Mas volta pra casa pois não está podendo dar ouvidos ao diabinho do consumo!

Fica pensando. "Maldita sociedade capitalista consumista!!! Há 5 minutos atrás eu estava feliz por deixar meu carro na oficina com um veredicto positivo de que não havia batido motor. Agora meu carro está lá no elevador, desmontando o carter, e eu aqui, achando que a felicidade estaria em dirigir um Fiat Strada Aventure por aí."

Por que em 5 minutos mudou sua concepção de felicidade? Alto lá!!! Não mudou nada!!! Vamos racionalizar essa parada. Você estuda muita Filosofia, Sociologia e Psicologia para se deixar levar por esses impulsos desregrados do Id! Volta pra casa, conversa sobre o carro, sonha com ele, mas sabe que não é esse carro que vai lhe deixar mais ou menos feliz. Sabe que seria uma alegria momentânea, e que pagar R$ 25000,00 na atual situação para isso seria uma insanidade!

Volta na oficina no dia seguinte para buscar seu Corsinha velho, e o Fiat Strada Adventure está lá: olhando para você e dizendo "vem aqui, senta em mim, faz um test-drive". Mas você que não é boba nem nada, não dá ouvidos a ele, assim como não dá ouvidos a todas as cantadas que ouve por aí. Vai lá pro seu Corsinha, liga o bichano, o motor está redondinho, "parece uma Ferrari"! Faz o cheque, paga o mecânico, agradece, entra no "bichano" e percebe que ele tá sujinho, tadinho. Leva no lava a jato pra dar um trato no bicho! No caminho, beija o volante, conversa com o carro, quem vê, pensa que é uma maluca. Mas sua felicidade estava ali mesmo, a pouco menos de R$ 500,00 de distância.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Under TPM waiver to do silly things - justificando o final

Eu valorizo meus leitores, principalmente os assíduos e que comentam como Amílcar. Esses, além de convite VIP para a tarde de autógrafos do lançamento do meu livro (que lhes dará direito a entrada antecipada e não ter que ficar na fila para autógrafos) também têm seus comentários respondidos no blog.

Amílcar, ela não foi justamente pelo que você disse: "quem sabe exorcizava de vez esse fantasma!" Pensa bem! Ela não quer exorcizar esse fantasma! Prefere a ilusão de uma coisa que não aconteceu, mas que pode vir a acontecer, do que a certeza de que não acontecerá. Quem nunca viveu um amor platônico assim que atire a primeira pedra.

Então é isso. No fundo ela volta pra casa, pois embarcar no avião significaria enfrentar uma realidade que ela já sabe, mas que não aceita. Passar por carente, apaixonada, não-correspondida, imatura, adolescente mal-resolvida, o que quer que ela tenha medo de ser classificada. Então ela prefere voltar pra casa e sonhar com o que poderia ter sido.

O final alternativo, poderia ter sido totalmente fictício, afinal de contas, é o blog dela e ela aqui teria o direito de escrever e re-escrever seus finais felizes quantas vezes ela quisesse. Mas um certo lado racional e um super ego que interferem na hora que ela digita, não permitiram que o final fosse de love-stories.

No fundo ela acredita que um dia poderá escrever o final feliz verdadeiro, e ponto final. Neste dia, quem sabe acabe a inspiração e ela deixe de escrever? Ou passe a escrever só pra ele. Apenas cartõezinhos de dia dos namorados, de aniversário de namoro, de bom dia, etc.

me redimindo com Chico

O título deve assustar aos que me conhecem, afinal, eu já declarei publicamente que não gostava de Chico. Mas a gente muda, a vida é dinâmica, ninguém é unanimidade e pra tudo existe uma justificativa (e as exceções).

Eu não gostava de Chico pois a música que me apresentaram dele, lá na minha infância nos anos da ditadura, foi "A Banda", numa aula de Português. Mas, no colégio hipócrita que eu estudei, ninguém questionava o governo dos militares (nem mesmo professores, seres "acima do bem e do mal" em sua maioria das vezes e que no futuro eu viria a admirar). E aqueles professores não me explicaram a música em seu contexto. Então para mim, " estava à toa na vida, o meu amor me chamou... " parecia uma letra bem sem graça de um cara bem sem voz (porque isso não há que se questionar - se bem que Tom Jobim também não tem voz e eu amo!)

O tempo passou e eu fiquei com aquela má impressão na cabeça. E como também não sou muito ligada à música, muitas das letras que são de Chico eu nem fico sabendo. Mas aí eu vejo uma letra no perfil de uma amiga e (não sabia que era do Chico pra variar) acho linda!!!! Fico com ela na cabeça a noite inteira, interpretando cada verso. No fim do post falo da letra e da minha interpretação. E por isso revejo meus conceitos sobre Chico!

Minha posição atual é:

*Chico é um compositor maravilhoso! Assim como Vinícius e Cazuza. Algumas de suas letras são realmente lindas.
*Mas ele não tem voz! Não tem voz e não tem presença de palco. Ou seja, é um artista incompleto, mas isso não tira o mérito das suas letras.
*Nem é (pro meu gosto) esse "cara" pelo qual a mulherada se derrete. Já não achava isso antes, depois que rolaram os boatos que ele batia na Marieta Severo então... Mas isso é da vida pessoal dele e estou falando do artista.
*Músicas do Chico, são pra se ouvir em casa, ou no carro, de preferência no trânsito. E algumas delas (tem músicas que eu continuo não gostando, deixe-se claro!) nem isso!!! Aquelas com aliterações irritantes ( qual é aquela que rima o tempo todo com panela???), essas, por favor não!!! E nada de Chico para a night como uns malucos na Lapa inventam. Pelo amor de Deus!!! Para dançar: dance, eletronic, house, hip hop, R&B, funk!!! Nada de "todo dia ela faz tudo sempre igual..." Sambinha estou fora!!!

Bem, finalmente, a letra que me fez refletir sobre tudo isso. E a minha interpretação dela em itálico, afinal, isso aqui é meu blog, espaço onde eu falo o que bem entendo :P

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
(Amei isso! porque quem ama tem essa sensação de que será eterno, além da vida, metafísico, etc! Ou seja, justifica-se achando que se não for pra já, será para um futuro ainda que muito distante, ainda que não para si mesmo, o amor se supera, extrapola as fronteiras desse corpo, dessa vida, dessas personagens atuais.)

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
(Sorte do Chico que o objeto de seu amor é carioca pelo visto. Então, bastariam suas lágrimas para afundar o Rio -viajei muito em achar que a cidade estaria submersa em lágrimas? - risco que se corre qdo se escreve poesia. No meu caso, eu teria que começar a chorar e chorar muito mais - e isso não vou fazer - para poder afundar Rio e adjacências! )

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
(Amei igualmente a alegoria dos mergulhadores do futuro vindo vasculhar uma cidade submersa - em lágrimas! :P - e encontrando restos de um amor não vivido ... e tentando em vão dar a sua interpretação para aqueles vestígios - como eu agora para esta letra!)

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
(E no final, se o objeto do amor não correspondido não se deixa amar pelo Chico, outros amantes, inspirados naquela história, um dia, no futuro, se amarão sem saber que a "inspiração" veio de um amor de milênios atrás. Eu vou mais longe e penso que esses amantes poderão ser eles mesmos, em vidas futuras. E talvez seja isso que nos consola nos amores mal resolvidos: acreditar em vidas eternas, re-encarnações, almas gêmeas! Valeu Chico! Alguém um dia também vai achar restos, fragmentos do meu amor por um certo amore e "quiçá, um dia se amarão sem saber..." )

Chico Buarque (o cara) - e a interpretação viajada de Angel (em êxtase!)

É Alê! Viu que mantive "o cara!" entre parêntesis como você o classificou porque essa letra realmente é linda!!! Roubei até um pedacinho pro meu perfil no orkut. E fiquei aqui, pensando, que inspiração foi essa que levou esse cara a escrever essa letra lindaaaaaaaaa!!! Valeu, Alê!!!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Os tais pedidos de Ano Novo

Eu mesma já falei por aqui que há que ter cuidado com essa lista. Alguém, muito sábio, já disse uma vez "cuidado com o que você pede, pois você pode conseguir".

Bem, comigo é assim. Graças a Deus! E sei que é por mérito: consigo tudo que eu quero pois tenho crédito com o Cosmos. Não peço qualquer coisa, agradeço mais do que peço, peço mais para os outros do que pra mim. E essas coisas contam!

Mas fato é que eu não olhei minha lista do ano passado não, mas certamente devo ter pedido para beijar muito na boca e pra transar muito. Não posso reclamar da sorte e da variedade de 2007. Queria um fuck-friend e um Deus Grego se materializou na minha piscina logo em janeiro. Queria um amor, e ele veio. Veio intenso, verdadeiro, amor pra toda vida. Só esqueci de pedir que fosse retribuído da mesma forma. É o que se fala: seja específico! Os anjos não lêem seus pensamentos!

Da série do que esqueci de pedir, devem estar: continuar feliz no meu trabalho, não sofrer rede de intrigas especialmente no meu aniversário, afastar a inveja e o olho-grande. Quando as coisas vão bem a gente esquece de pedir por elas. E aí dá nisso. Esse ano não vou esquecer. Afastar a inveja e o olho-grande da minha vida serão pedidos constantes assim como saúde e proteção divina!

Mas 2007 foi um ano intenso. Não dá pra definir com uma palavra se foi bom ou foi ruim, pois estive no Céu e no Inferno. Várias vezes! Foi uma montanha russa emocional, mas no final, o saldo foi positivo. Altos e baixos fazem parte da vida. Mares turbulentos trazem das melhores ondas. E no final das contas, o que importa é o saldo.

Depois vou dar uma olhada na listinha, just in case, mas tenho certeza que meus pedidos foram todos atendidos. O que não veio, foi por esquecimento meu.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Under TPM waiver to do silly things - post final

Chegou por aqui agora e não leu os posts anteriores? Não vai entender nada. Leia primeiro:

post 1

post 2

post 3

Pronto! Agora pode ler esse aqui. Post Final! E se não gostar, me avisa no comments. Tenho um final alternativo ;)

Resolveu desistir! Não era uma pessoa de fazer isso, preferia se arrepender do que fez do que do que não fez. Mas de repente, achou que não valia a pena. Era bobagem insistir em coisas fora do timing e já tinha aprendido isso.

Correu no balcão da companhia aérea e disse que não poderia mais embarcar e perguntou como proceder. A funcionária pediu para ver seu bilhete, se tinha restrições de tarifa ou se tinha bagagem embarcada. Explicou como proceder para que a TAM cancelasse a viagem mas o bilhete ficasse válido por um ano.

Demorou mais ou menos uma hora fazendo tudo isso. Ao final olhou para o painel de partidas e viu que o vôo tinha desaparecido. Imaginou que o avião estaria taxeando lá no seu destino a essa hora. Não havia chegado a mandar o torpedo. Deixou o livro esquecido sobre um banco no aeroporto (quem sabe poderia servir para alguém) e foi pegar um taxi:

_ Tijuca por favor.

E depois explicou o endereço. No caminho, veio pensando em tudo isso. O que a teria levado a tamanho ato impulsivo nos dois momentos? Foi olhando a paisagem e por mais que não tivesse viajado, parecia que sim, que voltava para casa... Pensou em chegar em casa e ligar pra ele. Contar da maluquice daquela manhã. Mas achou que seria abrir demais a guarda. Já tinha visto que essa idéia de sinceridade eterna não funcionava. Não falou nada sobre o assunto, nem com ele, nem com ninguém.

Voltou pra casa e para a rotina. Passou na escola, buscou sua filha, sentou com ela, lanchou, a colocou para fazer o trabalho de casa... e à noite, quando se encontraram no msn, conversaram sobre um monte de coisas, menos sobre a tal viagem que ela havia proposto. Muito menos sobre a que ela quase tinha feito. Só ela sabia do crédito que tinha com a TAM para utilizar até dezembro de 2008.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

o porquê dos asteriscos

A-ha! Amílcar me explicou que fazer top 50 é fácil... então minha lista top 5 não estaria valendo porque tinha 10 itens!!! Então tá!!! Agora que entendi a parada priorizei rapidinho os Top Five and only five que fizeram toda a diferença.

Agora a justificativa de porque estes e apenas estes levaram o tão importante asterisco. Todos, além de terem sido "momentos mágicos" foram também divisores de água, turning points na minha vida.

Aeroporto do Galeão - aquele momento mudou toda a minha vida atual. De uma forma que apenas eu sei. Talvez ninguém mais entenda. Eu sei que não sou mais a mesma Angela depois de 16 de março de 2007. Eu retomei a minha essência nesta data.

Um abraço - quando um filho te abraça assim, demonstra o quanto você é importante, não tem nada no mundo que pague. Maternidade é um divisor de águas, mas não curto muito bebezinhos, portanto quando a Carol começou a verbalizar sentimentos desta maneira, a ponto de demonstrar tão intensamente a saudade que ela sentiu, o quanto eu era importante para ela e amada de volta, foi o momento que endossou que minha opção por ser mãe estava correta.

Uma transa inesquecível - esse foi um momento mágico com o cara que escolhi para ser o pai da minha filha, com minha primeira alma gêmea. Significa uma conquista que demorou 10 anos para se realizar. Poderia ter sido o casamento, poderia ter sido o dia em que fui para São Paulo e sabia que ali eu tinha ganho o Fernando, mas foi nessa transa aí na Floresta da Tijuca.

Meu primeiro carro - porque carro simboliza uma série de coisas: liberdade, autonomia, independência, etc. Pra mim significa mais ainda: tantas coisas que não consigo sequer expressá-las. Sinto um prazer indescriível em dirigir! E comprar meu primeiro carro com meu próprio dinheiro aos 22 anos teve um significado muito grande.

Meu primeiro beijo - pois determinou todo meu "futebol" daí pra frente. Até você beijar pela primeira vez, você é uma pessoa insegura, travada. Depois que você descobre que beijar não é um bicho de sete cabeças, e melhor, que você tem "a pegada", tudo muda! O primeiro beijo pra mim foi como um interruptor que uma vez ligado, já era!

Então é isso. Hoje os Top 5 seriam estes. Mas isso muda, pois a vida da gente não é estática. E a minha é mais dinâmica ainda!!!

top 5 moments

Pra mim é simples. "A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego!"

Meus top 5 moments são todos emocionais. Todos momentos importantes da minha, se eu tivesse que enumerar os top five, seriam desses: momentos mágicos. Esses momentos da minha vida poderiam ser propaganda de mastercard. No verdadeiro estilo "momento mágico" ou "não tem preço".

E acho fácil encontrar esses momentos. Basta pensar naqueles que passariam no meu filminho. Aquele filminho que dizem que passa antes da gente morrer.

Então vamos lá:

*Aeroporto do Galeão: desembarque internacional, momento mágico em câmera lenta, que eu já descrevi mil vezes nesse site. Hipnotizada! Meu olhar dentro do olhar do meu amor e vice versa. Vontade de agarrar e dar um beijo daqueles de cinema, mas não podia. Energia contida dentro de mim transbordando pelos poros. Nossas almas se agarraram naquele momento, tenho certeza! Só nossos corpos foram privados desse prazer.

Chegada em Búzios: primeira vez que eu pisei em Búzios. Momento tão mágico que eu fotografei. Conexão imediata com aquela cidade e a certeza de que a amaria para sempre.

Primeira viagem internacional: Chegada em Miami para imigração. Chegada em Paris, chegada em Nova Iorque, chegada em Oahu! E por aí vai....

Um chute: senti Caroline mexer pela primeira vez na minha barriga no aeroporto de Gatewick, Londres, numa conexão voltando de uma viagem à Suíça, França e País de Gales.

*Um abraço: Chegando de viagem longa a trabalho e Carol com uns 3 aninhos morrendo de saudade, eufórica, não conseguia se conter, me abraçava apertado e gritava "mamãe! mamãe! mamãe!"

Um beijo: Também chegando de uma longa viagem a trabalho, entro no elevador com meu ex-marido (na época era marido ou namorado, não me lembro) e começo a contar da viagem, ele me interrompe no meio da minha fala (eu falo demais) e me dá um dos melhores beijos que já me deu até hoje.

Um chá: Uma criatura resistindo a mim como o diabo foge da cruz. E eu, insandecida de tesão e loucamente apaixonada. Mas um cara determinado, que consegue racionalizar os momentos mais emocionais possíveis. Depois de uma jogada de sedução de mestre, ele não resiste à minha provocação, me beija intensamente e se rende! O melhor chá (e o último) que eu tomei com ele.

*Uma transa inesquecível: floresta da Tijuca, voltando da praia, ao som de Money de Pink Floyd no CD player do carro, numa trilhazinha escondida, umas 4 da tarde, sentada no capô de uma Parati.

*Meu primeiro carro: alegria ao comprar e alegria ao vender pois estava partido ao meio e soldado. hahahahahaaha. Sim! Perdi U$ 500 em 5 dias mas foi meu primeiro carro e eu nunca nem pude dirigi-lo. Mas não esqueço: um Gol 83 azul marinho com o assoalho todo enferrujado!

*Meu primeiro beijo: o namorado de uma vizinha. O cara era gringo, não sei a nacionalidade. América do Sul. Meu primeiro gol foi no futebol internacional: Libertadores da América. Um beijo roubado no elevador do prédio. E foi bom! Mas de lá pra cá, não jogo mais no futebol internacional. Prefiro os campeonatos nacionais, especialmente os regionais :P Campeonato carioca para mim é o que há, mas daria tudo para pendurar as chuteiras num certo campeonato vizinho...

Viu só? passei de 5 fácil. E se deixasse escrevia muito mais. Ainda bem! Prova viva de que sou Carpe Diem e que vivo a vida intensamente. O conselho que eu dou para quem não conseguir fazer uma lista dessas. Reveja a vida que está levando urgentemente. E lembre-se da frasezinha cliché lá do início do post!

domingo, 9 de dezembro de 2007

voluntária do AFS???

Intervalo na série Under TPM waiver to do silly things para contar das silly things of this week-end.

Acabei de chegar em casa e o fds foi digamos, atípico. Sair do AFS e continuar no AFS é estranho. Lembrei da minha filha perguntando quando eu disse que iria para uma reunião do AFS em Campos: "Reunião do AFS? Mas você não saiu do AFS mamãe?" E do meu pai : "Angela, olha lá o que você está fazendo..."

Meu pai sempre foi a voz da razão. E eu sempre segui a voz do coração. Por isso a gente se complementa. Mas sempre fomos opostos.

Mas o fds foi maneiro para re-encontrar velhos amigos, para poder estar no AFS em outro papel, para poder "mostrar meu futebol", como diria Bigode... mas essas são as motivações do coração.

Do lado da razão tenho uma ata para digitar, uma candidatura para pensar... e pra completar ainda fui entrar nessa fase Nietzscheana e vim lendo Ecce Homo no caminho! Por um lado me identifico com Nietzsche por sua filosofia viva intensamente sem culpa. Por outro discordo pois ando numa fase tão metafísica... Enfim... Papo para outro post.

Ainda estou processando o fds. "Estou pensando", como diria meu amigo Victor! Aliás, um sumido do mundo cibernético e "celulático". Então enquanto processo não dá pra sair muita coisa escrita aqui não.

Só posso dizer que "a cada 5 voluntários, apenas 1..."

sábado, 8 de dezembro de 2007

Under TPM waiver to do silly things - 3

Foi na sinopse que leu o parágrafo a seguir: "E, acima de tudo, se o cara com quem está saindo não parece estar completamente a fim de você, ou se você sente necessidade de começar a analisá-lo, por favor, lembre-se da idéia gloriosa de que ele simplesmente não está a fim. Enfim, libere-se e trate de encontrar um que esteja".


Imediatamente se identificou com o trecho "se você sente necessidade de começar a analisá-lo". Desistiu de Nietzsche e foi de "Greg e Liz" mesmo. Os autores eram da redação de Sex & The City e o mínimo que ela iria ganhar com esse livro era algumas gargalhadas. Pagou sem culpa os R$ 40,00 no caixa, mesmo sabendo que o livro deveria custar R$ 30,00 nas livrarias convencionais. Mas estava no aeroporto e o vôo atrasado.


Sentou-se na sala de embarque e sentiu-se um tanto constrangida com a literatura que tinha em mãos. Logo ela que achava que não se importava com o que os outros pensam! Se não se importasse não estaria tendo esses pensamentos. Deu de ombros, abriu o livro e começou a leitura. A cada página ela se arrependia do dinheiro gasto na passagem e pensava se esse livro e o atraso do vôo não eram sinais do Cosmos para que ela cancelasse o bilhete e voltasse para casa antes de cometer tamanha insanidade.


Mas um lado seu era muito insano! Ela sabia disso. E outro lado era muito auto-confiante. Estratosfericamente auto-confiante! A ponto de lá no fundo, acreditar que poderia ser um enredo diferente ao desembarcar.


Se pegou distraída das páginas do livro devaneando sobre o desembarque. Imaginou a cena e o diálogo. Ela desembarcando charmosa e sexy (ela sempre se sentia sexy num avião). Ele a esperando com olhar incrédulo e um sorriso enorme. E dizendo para ela "Você é maluca mesmo!" E no seu devaneio ele a abraçava pela cintura e lhe dava um beijo na boca.


O pensamento fez "puf" até porque essa atitude não combinava com a personalidade da criatura e ela procurou o parágrafo onde tinha parado de prestar atenção.


Já tinha lido quase o livro inteiro quando ouviu a companhia aérea anunciar o novo portão de embarque: 23. Levantou-se, foi para o novo portão e viu que a aeronave já estava em solo e os passageiros do trecho anterior desembarcando. Agora era apenas uma questão de minutos para o embarque. Se quisesse desistir, teria pouco tempo agora.


(continua)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Under TPM waiver to do silly things - 2

Antes que ela racionalizasse, seu celular tocou a musiquinha:

"Desse jeito vão saber de nós dois,
Dessa nossa farra
E será uma maldade voraz
Uma hipocrisia
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais, demais..."

Era um torpedo que chegava e ela sempre deixava a estrofe tocar inteira. Era a resposta.

"Oi amor, estou mesmo precisando viajar, mas ... bla, bla, bla..."

Pensou. Ótimo: dessa você não vai precisar viajar. Viajo eu.

Mas de repente seu lado racional começou a berrar: "Que maluquice é essa que você está fazendo? Nem um beijo você vai ganhar nessa viagem. Gastar essa grana à toa."

Mas seu lado emocional rebatia: "Dinheiro é feito pra isso. E não quero beijo, quero apenas matar a saudade... A vida é feita dessas loucuras. De que vale uma vida que não se vive? Onde não se arrisca? O pior que pode acontecer é eu chegar lá e ele não estar. Não poder encontrar comigo. Eu durmo. Compro uns chocolates e durmo!"

Chegou no check in da TAM. Achou melhor mandar o torpedo logo que embarcasse. Pra não correr o risco de se arrepender. E não ter que ficar muito tempo à toa no aeroporto.

Fez o check in:

_ Bagagem senhora?
_Não, só a de mão, obrigada.
_Janela sua preferência?
_Sim, por favor.
_Aqui está. Embarque doméstico portão 26. O vôo parte às 09:20 e o embarque está previsto para 08:50.
_Obrigada.

Olhou no relógio: 08:45. Estampava um sorriso no rosto e esperava que esse sorriso continuasse o fim de semana. Sabia que continuaria. Apenas a sua presença lhe fazia bem. Só de pensar no sei sorriso ela já sorria. Ficou imaginando como seria sua reação ao vê-la chegar.

Foi para a sala de embarque. No painel de partidas seu vôo não mostrava o portão. Logo ouviu um anúncio nos alto-falantes.

Atenção passageiros do vôo 3092 com destino a Salvador e conexões, informamos que a aeronave tem previsão de pouso neste aeroporto para 09:30 e tão logo esteja em solo informaremos o portão de embarque.

Pronto! Ia atrasar o vôo. Pensou: "Por que esse pessoal de terra mente pra a gente? Podiam ter dito que estava atrasado no check in que eu não teria vindo para a sala de embarque." Pegou o MP3 player, mas desistiu na primeira música. Foi para uma livraria procurar um livro interessante. Deu e cara com o livrinho de capa rosa abaixo.

Não era adepta de auto-ajuda. Tinha entrado pensando em comprar "Quando Nietzsche Chorou", mas não resistiu e começou a ler a sinopse...


(continua)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Under TPM waiver to do silly things

Ela despertou, olhou para o lado e ele não estava. Claro que não estava. Nunca esteve! Quando esteve, não estava. Estava mais quando não esteve. Mas isso tudo era muito confuso aos outros. Claríssimo para ela, mas confuso para qualquer pessoa entender. Então melhor pular essa parte.

Ela levantou da cama, os lençóis ainda com o perfume do sabonete que ela usou na noite anterior, o assoalho do quarto geladinho pelo ar condicionado e, antes mesmo de escovar os dentes, digitou um torpedo:

"Amor, vamos viajar pra ... " parou um pouco... salvou o torped nos rascunhos. Pensou em algum lugar remoto e interessante. Abriu o Altas. Achou que o Atlas era demais! Abriu um guia de viagens numa página aleatórea: Connecticut - South Dakota... Não... o guia não estava ajudando... tentou mais uma vez: Quebec, Canada... e outra: Santo Domingo - República Dominicana... Desistiu do guia.

Resolveu mandar o torpedo assim: "Amor vamos viajar para algum lugar? Você escolhe. Qualquer lugar... Preciso sair dessa rotina antes que minhas férias terminem. Beijo"

Escovou finalmente os dentes e depois parou para pensar sobre o ato impulsivo. Olhou o calendário na cozinha... Estaria na TPM? Teve uma enxaqueca no dia anterior, e vontade de comer chocolate... Mas não... pelo calendário não fazia sentido.

Mas só podia ser: tinha decidido decorar a árvore de Natal com bombons sonho de valsa... Só podia ser TPM!!! Ou teria sido algum sonho que ela teve durante a noite e não se lembrava?

Fato é que ela sabia a resposta que viria para seu torpedo: "Amor, Seria perfeito, mas..."

Sempre esse mas! E pensou: "Por que é que eu não me apaixono por caras mais decididos?" Mas logo em seguida se lembrou das aulas de física e da atração dos opostos. Decidida era ela! Quando ela era uma adolescente indecisa atraía rapazes decididos. Agora que ela era decidida, que tinha o controle da sua vida (aparentemente) em suas mãos, os indecisos! Ela sabia que ela os atraía. Sabia que buscava esse padrão e sabia até o porquê. E não queria mudar. Não por enquanto.

Preparou o café da manhã. Dificilmente tinha fome logo ao despertar. TPM mesmo, só podia ser. Olhou para sua barriga. Estava mesmo maior. Menos mal que não havia engordado. Devia ser retenção de líquidos. Tomou uma água de côco e uma fatia de pão integral com queijo branco. Mas o calendário não endossava a TPM. Enfim...

Foi na janela olhar o tempo: estava sol! Menos mal! Olhou para o relógio. Entrou na internet. Pensou: "se Maomé não vai à montanha, a montanha vai à Maomé". Olhou os horários de vôos e, em outro ato impulsivo, reservou uma passagem para aquela manhã! Não sabia direito porque estava fazendo isso, mas algo lhe levava a tomar essas atitudes impulsivas.

Tomou banho, passou seu perfume favorito, vestiu uma roupinha sexy, colocou uma muda de roupa na bolsa, pasta de dentes, escova, condicionador, sabonete líquido, perfume... essas coisinhas que tomam espaço mas são indispensáveis.

Chamou um taxi e foi para o aeroporto. No caminho ainda não tinha tido resposta para seu torpedo. Sorriu e pensou: quero ver o que ele vai dizer quando receber outro torpedo avisando "estou no aeroporto, vem me buscar?" E naqueles minutos até o aeroporto foi sonhando acordada com a loucura que estava cometendo.

Mas seu lado racional a chamava de volta à realidade...

(continua)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

desejos

Queria ter nascido numa sociedade que celebrasse a morte como um encerramento de ciclo. Onde ao invés de velórios tristes se fizessem festas e enaltecessem o quanto aquela pessoa foi importante para aquele grupo familiar, aquele grupo de amigos.

Num exercício de visualização uma vez, me pediam para imaginar o que estava escrito na minha lápide. De cara achei meio assustador o tema, pois é assim que a gente foi criado: a lidar com temor sobre a morte. Mas o exercício era muito legal e nos levava a concluir que todos queremos ser lembrados pelo que fomos apesar de vivermos nessa sociedade capitalista onde somos valorizados pelo que temos.

Eu gostaria de ser cremada e que minhas cinzas fossem jogadas em lugares que visitei e que foram importantes para mim. Mas sei que isso é um desejo para um padrão de riqueza que não tenho no momento. Quem iria viajar até o Havaí para jogar minhas cinzas sobre o Kilawea de helicóptero? Quem iria passear por Paris deixar um pouquinho das minhas cinzas ao lado de uma barraquinha de gaufre perto da Sorbonne? Quem iria à Praia do Forte na Bahia; à uma determinada cachoeira em Visconde de Mauá; ao pôr do sol no Arpoador; ao Rockfeller Center em NYC; à Hamburgo, no bairro de Altona, na Alemanha, terra da minha família hospedeira?

E depois de todos estes lugares escolhidos, e determinados os amigos que fariam estas viagens, filmariam esses momentos, os que comeriam gaufre com Nuttela em Paris, balinha de gelatina em formato de coração em Hamburgo, e outras coisas que inda iria pensar a respeito, todos trariam suas câmeras digitais e fariam um filme, que seria editado com cenas da minha vida. E pasariam este fime numa festa onde meus familiares e amigos estivessem reunidos e pudessem fazer discursos, ler trechos trechos dos meus livros, bebessem Prosecco ou Champagne que sempre foram minhas bebidas preferidas (ai de quem levasse cerveja para este momento!!!) Não gostaria de ver ninguém chorando pela minha morte, mas sim sorrindo com a certeza de que vivi feliz, e muito!!!

Mas se isso for desejar muito, queria apenas ser enterrada num cemitério horizontal, daqueles estilo americano e que escrevessem na minha lápide aqui jaz uma pessoa que foi muito feliz, ou apenas "aqui jaz uma pessoa que entendeu o real sentido da expressão carpe diem". Já incumbi minha sobrinha desta missão.

Mas imagino isso pra daqui a muito, mas muito tempo!!! Pois gosto mesmo é de celebrar a vida!Mas estou falando de morte pois um grande amigo perdeu seu avô e acompanhei de perto a sua dor. Não pensem que estou fúnebre, estes dias. Apesar de acreditar na imortalidade da alma, na re-encarnação e no re-encontro com nossas almas gêmeas, sou muito carpe diem!!! E estou bem viva para viver minha vida, criar minha filha, escrever meus livros e cuidar do meu jardim... por muitos e muitos anos se Deus quiser!

domingo, 2 de dezembro de 2007

para os Carpe Diem deleitarem-se...

e para os "Não Carpe Diem" pensarem a respeito.

Segue o diálogo entre Josef Breuer e Friedrich Nietzsche a que me referi no post abaixo, na íntegra, em inglês e em português.

_But you might be as frightened as I am of death and godlessness.
_We must die! But at the right time. Death only loses its terror when one has consummated one’s life. Have you consummated your life?
_ I have achieved a great deal.
_ But have you lived your life? Or have you been lived by it? Do you stand outside your life grieving for some life that you never lived?
_ I cannot change my life. I have my family, my patients, students. It’s too late!
_ I cannot tell you how to live differently. If I did you’d still be living by some other’s design. But perhaps I could give you a gift, Josef. Maybe I could give you a thought. What if some demon were to say to you that this life as you now live it, have lived it in the past, you would have to live once more, but innumerable times more. There will be nothing new in it. Every pain, every joy, every unnuterably small or great thing in your life would just return to you, the same succession, same sequence, again and again like an hourglass of time. Imagine infinity. Consider the possibility that every action that you choose, Josef, you choose for all time. Then all unlived life would remain inside you. Unlived. Throughout eternity. Do you like this idea?


_ Mas você deve ter tanto medo quanto eu tenho da morte e da ausência de Deus.
_Nós devemos morrer. Mas na hora certa. A morte só não é aterrorizante quando a vida já se consumou. Já consumou sua vida?
_Eu consegui muitas coisas.
_ Mas aproveitou a vida? Ou deixou-se levar por ela? Você está fora da sua vida sofrendo por uma vida que você nunca teve?
_Não posso mudar minha vida. Tenho minha família, meus pacientes e alunos. É tarde demais.
_ Não posso lhe dizer como viver de outra forma. Viveria segundo o plano de outra pessoa. Mas talvez, possa lhe dar um presente, Josef. Poderia lhe dar um pensamento. E se um demônio lhe dissesse que esta vida, da forma como vive e viveu no passado, você teria que vivê-la de novo, porém inúmeras vezes mais. Não haverá nada novo nela. Cada dor, cada alegria, cada coisa minúscula ou grandiosa retornaria para você, a mesma sucessão, a mesma seqüência, várias vezes como uma ampulheta do tempo. Imagine o infinito. Considere a possibilidade de que cada ato que escolher, escolherá para sempre. Então, toda a vida não-vivida permaneceria dentro de você. Não-vivida. Por toda a eternidade. Você gosta dessa idéia?

Tá valendo... responde aí no comments. Você é do grupo que amaria ou odiaria esta idéia?

o melhor filme assistido em 2007

Quando Nietzsche Chorou!


Definitivamente!!! Especialmente pra quem anda numa fase tão Freud e tão Nietzsche como eu, o filme caiu como uma luva!!! Amei!!! Vou comprar o DVD, vou ler o livro, vou ler "Assim falou Zaratrustra", vou assistir a um outro filme sobre Freud que eu estava querendo assistir... AMEI!!! Estou ainda sem palavras... Quem curte filosofia e/ou pscicologia vai AMAR. Quem curte filmes que nos fazem refletir sobre a vida, idem! E ainda colocaram um ator lindooooo no papel de Freud novinho! Quisera Freud, sim, aquele senhor do charuto, ter sido esse gatésimo aí abaixo aos 25 anos!!!!



Só pra deixar a futilidade de lado e dar um gostinho, pra quem não leu o livro nem viu o filme, numa das melhores cenas, Nietzsche diz a Breuer que a morte só nos incomoda de fato quando vem na hora errada. Quando vem na hora certa, porque já vivemos tido que tínhamos para viver, não há o que temer. E como Breuer está incerto se "já viveu tudo que tinha para viver" Nietzsche lhe propõe um pensamento:

Se um demônio aparecesse e lhe dissesse que essa vida que você leva teria que ser repetida eternamente, cada alegria e cada dor, cada conquista e cada fracasso, qual o sentimeno que você teria em relação a isso?

Fantástico não??? Ótima forma de avaliar se você está vivendo bem a vida. Minha resposta óbvio que foi "sim, pode voltar a fita, aí!!!" mas pensei em tanta gente que conheço que diria não para essa pergunta...

E você? O que diria ao demônio? "Vá em frente, isso pra mim não seria um castigo", ou "Não!!! Pelo amor de Deus, me dê uma chance de mudar esta vida então!" Pense nisso!!! E CARPE DIEM!!! Respostas no comments please!!! Este é mais um daqueles posts enquetes ;)