o feitiço de áquila versão moderna

Ela era do dia. Acordava cedo, seu pensamento era mil vezes melhor pela manhã. Malhava às 7:00, se deixasse para mais tarde, não iria. Adorava praia. Mais do que praia, o Deus Sol e suas propriedades bonzeantes. Achava que o mundo ficava mais bonito em tons de dourado. Descobriu que Dove Summer Tone funcionava, apesar do cheiro de roupa queimada que ficava na pele até o próximo banho. Compensava. Intercalava Done Summer Tone com o pior sol da piscina do seu condomínio. Aumento da auto estima para ela era movido à quantidade de melanina produzida natural ou artificialmente na sua pele. 50% dos seus namorados conheceu na praia (os outros 50% no trabalho, prova viva de que cariocas trabalhamos sim!!!)

Ele era da noite. Preferia que não perturbassem o seu sono. Malhava à noite antes de ir para a night. Odiava praia! A ponto de ao imaginar-se numa ilha deserta, preferir se matar do que viver ali como o Náufrago. E olha que o companheiro oferecido para esse devaneio não era Wilson a bola de vôlei, mas deixa esse pedaço para lá. Gostava de ser branquinho. Aumento da auto estima para ele era malhar, ficar forte, e ir para uma boite e beijar várias mulheres. Achava que lugar para conhecer alguém para ficar, era numa boite. Trabalho e praia estavam fora de questão. Praia porque não ia. Trabalho porque não misturava os assuntos.

Isso era o que não combinavam. No restante, combinavam em absolutamente tudo: de culinária à musica, de filmes a viagens e muitas outras coisas mais. Horas de conversa sem fim!!! Concordavam em praticamente tudo. No que discordavam, respeitavam a opinião um do outro.

E ela cismou de se apaixonar por ele. E ele cismou de resistir. E ela, teimosa, cismou de insistir. E ele, determinado, cismou de não ceder. E assim foi que essa história nunca chegou a um final.