quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Dez anos a mil ou mil anos a dez?

Um amigo se preocupa pois acha que vai morrer cedo. Acredita que tem uma missão e que pessoas com grandes missões morrem cedo. Não sei não... Também acho que tenho missões aqui. Algumas delas já as cumpri, outras ainda estou cumprindo, e certamente outras ainda virão. Não acredito que tenha apenas uma grande missão e na verdade nem penso muito sobre isso. Quando uma das minhas maiores missões apareceu na minha vida, meu anjo da guarda me ajudou a realizá-la direitinho, e sim, foi bom saber que a cumpri com sucesso.

Mas não é das missões que quero escrever, mas sim da efemeridade da vida. Sim porque ela é breve! E eu já vi o anjo da morte numa árvore num sábado de manhã a 70km por hora. Nem estava tão acelerada, né? Mas ele apareceu só pra me mostrar que podia ter mer levado, e a partir daí, coincidência ou não, Saturno com sua foice ceifando tudo que não era para ser, também completava uma revolução no meu mapa astral e me deu uma sacudida daquelas de virar de cabeça pra baixo.

Abandonei minha carreira em Hotelaria, terminei com um noivado de 08 anos, mudei de emprego, comecei do zero, voltei para um grande amor, casei, tive uma filha, fui ao Havaí, à Paris, à Nova Iorque, a quase todos os lugares que eu sonhei conhecer e a outros que eu nem imaginava, (mas guardei alguns para ter objetivos a conquistar) e passei a viver cada dia como se fosse o último.

Vivi tão intensamente meus anos seguintes a este acidente, que acredito que se morresse hoje não teria deixado de fazer nada que desejei. Já pedi pra minha sobrinha cuidar de escrever na minha lápide: "Aqui jaz uma pessoa que foi muito feliz! Que aproveitou cada dia como se fosse o último e que não se arrependeu de nada que fez." Ou quem sabe resolva dar trabalho e pedir pra me cremarem e jogar um pouquinho das cinzas em cada um dos lugares especiais pra mim. Nossa, vai dar trabalho e custar caro: Kilawea, Ipanema, Cabo Frio, Natal, Salvador, Paris, Noruega...

Mas acredito que não vou morrer cedo. Tenho muita coisa para viver. Ainda estou no início de uma outra missão chamada criar um filho. Missão importante e longa essa. E das mais prazeirozas. Criar um filho é uma forma e nos eternizar... Um pouquinho do nosso DNA vai, um pouquinho dos nossos pensamentos, da nossa energia... e tudo isso vai se perpetuando nos filhos, netos bisnetos, até que depois de umas quatro ou cinco gerações você possa finalmente ser esquecida. Mas eu pedi pra minha mãe pintar um quadro meu... Daqueles à óleo, que um dia vão estar na casa de um tataraneto, que quiçá irá dizer "Essa aí era minha tataravó Angela quando tinha 28 anos... me disseram que ela era uma pessoa muito maneira! Escreveu um livro, esse aqui, ó..." Ah-ha! Eu pensei em tudo!!!

Mas não vou morrer cedo não... além de tudo isso, não vou me embora daqui sem: conhecer a Cote D'Azur, morar em Paris um tempo, conhecer a India, a África do Sul, viajar de mochila pela Europa, morar de frente pro mar, comprar uma casa de praia em Búzios... ah, não vou não...

Já tive uma filha, estou escrevendo um livro... E a árvore? Vou deixar pra plantar quando estiver bem velhinha, né? Pra que arriscar...

4 comentários:

Lucas Welter disse...

Lindo isso!

Angel disse...

Ai, obrigada Lucas... Vc sabe que vc elogiando eu fico até sem graça, né? :P

Anônimo disse...

Sabe Angel,
Acho que tu tens razão. Eu devia estar carente quando escrevi tudo aquilo.

Thanx for being my special angel.

Pois bem, reescreverei a história em uma nova página.

Anônimo disse...

até na criação do filho tu tens que ser "centro do universo",hein?!
Tome jeito,anginha!hahaha
ei, beijão