domingo, 7 de outubro de 2007

Ahhh o Rio!!!

É Amílcar... seu post me deu mais subsídios para vir aqui e enaltecer essa cidade maravilhosa. Não é segredo que amo o Rio de paixão: uma pessoa que tatua um dos marcos geológicos da cidade no cóccix só pode ser apaixonada por este lugar.

E você lembrou bem: o Rio teve Cazuza, o Rio teve Vinícius, Tom Jobim... E a música que você postou, se eu abstrair e ler a letra como se fosse para o Rio, menos mal... Não estou podendo com certas músicas atualmente. Marisa Monte foi banida do CDplayer do meu carro. Nando Reis idem. Outro dia saí de uma aula de abdome porque tocou "Love Generation". Não tô podendo...

Mas voltando ao Rio: aqui tem a Lagoa que pra mim é o melhor espaço pra lazer democrático quer seja de dia ou de noite. A Lagoa foi feita para ser contemplada. Quer seja numa caminhada com um MP3 no ouvido em volta dela, quer seja numa volta de bicicleta, quer seja sentada numa canga na graminha curtindo a brisa e o céu azul. Quer seja num passeio de pedalinhos, quer seja num quiosque japonês comendo sushi, quer seja estacionado no parque do Cantagalo namorando dentro do carro. Um dos meus sonhos é ter um apartamentaço 4 suites com vista para a Lagoa. Mas é um dos metros quadrados e IPTUs mais caros do Rio. E com razão. Luxo tem que ser caro mesmo. O Rio é democrático, tá lá o Vidigal com uma das vistas mais lindas do Rio pra me endossar, mas a burguesia tem que pagar pelo seu conforto. Sou capitalista convicta, e não há Marx que venha me convencer do contrário (já avisando aos Marxistas paranóicos :P)

Aqui tem a Joatinga, tem a Pedra da Gávea, tem o Caminho do Bem-te-vi em volta do Pão de Açúcar... Tem o fim de tarde no Leblon, tem o nascer e o pôr do sol no mesmo lugar: no Arpoador. É só virar o pescoço: o sol nasce na praia do Diabo à esquerda e se põe em Ipanema à direita.

O Rio é o único local onde o povo bate palmas para o pôr do sol em Ipanema no verão reverenciando um dos rituais mais lindos que a natureza nos prestigia todos os dias. Aqui a gente se diverte sem dinheiro. Vai-se pra praia, senta-se lá, pendura-se a conta com o camarada da barraca que é seu amigo, passa-se o dia inteiro com os amigos e volta-se pra casa (pela Lagoa) feliz!!! Que outro lugar do mundo é assim???

Eu conheço 15 países, já perdi a conta das cidades e nunca vi nada que chegasse aos pés do Rio. Búzios chega perto, é meu outro local preferido, mas é outro estilo...

Pena que o Rio está entregue aos bandidos e a cultura do medo se instaurou. Quando assisti Blowing for Colombine e o insight sobre o papel da mídia na cultura do medo, percebi que era exatamente o mesmo que estava acontecendo aqui. E a partir daí eu não vejo mais TV aberta! Não sei nem mais se são Willian Bonner e Fátima Bernardes que apresentam o Jornal Nacional nem se é a Glória Maria e o Pedro Bial no Fantástisco. Preferi me alienar para não ficar paranóica. Só que a TVA acho que descobriu isso e "me presenteou" com uma assinatura do O Globo. Mas nem adianta tentarem: passo batida pelas notícias e só leio as crônicas. Depois jogo o jornal praticamente intacto no lixo reciclável (que aliás a Comlurb parou de coletar, viu só? fui ler só pra me indignar!!!)

Por isso, infelizmente penso em sair do Rio. Meu ideal era ir para Búzios (que aí eu ficava pertinho) ou para a Praia do Forte na Bahia, mas pra isso só com uma mega sena básica pra montar uma pousadinha só pra brincar de trabalhar... Sem mega sena, meu destino será mesmo sair do Brasil, mas vou morrer de saudade dessa cidade maravilhosamente viva, intensamente gostosa, deslumbrantemente bela... E um dia, se tudo melhorar eu volto. Porque quem tem a tatuagem que eu tenho no cóccix não nasceu pra ficar longe daqui não!

Um comentário:

Amílcar Freitas disse...

Angela, como especialista no tema digo que você faz muito bem em não entrar nessa espiral de medo.
Quanto à música, bem, eu não pensei no Rio não, eu pensei em uma pessoa mesmo... qlqr dia te explico.
Bjo