sábado, 1 de setembro de 2007

8 ou 80

"Aquilo que a gente vê como defeito nos outros muitas vezes é o que nos incomoda em nós mesmos." Já dizia alguém do ramo da psicologia. E acho que é verdade mesmo. Uma das coisas que mais eu me irritava com meu ex marido era que ele era ou 8 ou 80. Isso me irritou até o dia que eu descobri que eu também sou assim. Depois que eu me aceitei, passei a aceitar pessoas 8 ou 80. E passei até a achá-las mais legais :P, claro! Ainda que minha busca pelo caminho do meio continue.

Quer exemplos? Não sei ser metade em nada. Nem numa relação, nem no trabalho, em nada! Ou me entrego inteira, ou saio fora. Hoje em dia, acho isso bom. Na época que as atitudes 8 ou 80 do meu ex marido me incomodavam tanto, talvez eu não soubesse valorizar uma pessoa que ou está inteira, ou não está. Hoje eu sei... Porque hoje eu sei que eu sou assim.

Não quero dizer que isso é o melhor. Não. Pra mim o melhor é o tal "Caminho do Meio" dos Budistas. "Evitar os tais ciclos angulosos" como me recomenda minha homeopata. Mas quem disse que eu sei? Será que eu consigo? Ou melhor, será que eu quero?

Ou no fundo eu prefiro ser essa pessoa intensa, de extremos, capaz de pagar R$150,00 para mandar um chocolate para a Europa na Páscoa. Esse post foi só porque lembrei disso agora. Abri uma barra de chocolate do mesmo sabor que eu tinha comprado para mandar lá pra o outro lado do Oceano Atlântico e de repente lembrei disso.(Ahhhh eu consigo comer só um pouco e não a barra inteira!!! Não sou 8 ou 80 em relação à chocolate!!!)

E aí pensei: se eu somasse chocolates com torpedos, telefonemas DDI e DDD acho que dava para comprar uma TV de 32 polegadas wide screen nova. Dava e sobrava. Mas existe uma explicação química para a forma como gastamos o nosso dinheiro. Uma TV de 32 não me daria o retorno químico que eu tive nas outras ações acima. Não geraria as endorfinas, serotoninas, adrenalinas "sei-lá-que-ínas" que me dão prazer.

Acho que o segredo deve ser em ter o tal retorno sem ter que ser de extremos. Só estou feliz no trabalho qdo estou atolada de coisas e fazendo mil coisas ao mesmo tempo. Só estou feliz na vida pessoal se estiver intensamente envolvida com alguém. Mas sempre que penso em estar feliz de uma outra forma, só me vêem à mente os tais monges budistas.

Quem sabe um dia se eu fizer meditação? Minha homeopata me garantiu que eu posso ficar tranqüila que não vou ser uma pessoa morna nunca. Que ser intensa é um traço de personalidade forte. Tá bom... quero entender como ser intensa e zen ao mesmo tempo. No dia em que eu conseguir, quem sabe eu tenha atingido o Nirvana?

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