quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Indignação

Ontem eu tinha publicado um texto bastante indignada com o Brasil, com o Rio, com a Tijuca, com a rua onde morei mais de 30 anos... falando que eu estou pensando em ir embora do país apesar de AMAR muito essa cidade... Mas enfim, apaguei o post pois não é esta a proposta do meu blog... Meu estilo aqui é ser leve, é falar sobre o cotidiano, sobre abobrinhas, sobre futilidades... Não que eu não me importe com o país, não pense sobre tudo isso, não me posicione politicamente, mas simplesmente não é a proposta do blog. Por isso deletei o post...

Mas tem coisas que a gente não consegue calar, então, como eu busco justamente o resgate a esse orgulho de ser carioca, que os ilustres governantes nos tiram dia-a-dia e pouco-a-pouco com seu descaso, nada melhor que a letra de um FUNK coisa bem carioca de raiz para expressar exatamente esse sentimento.

E notem que esta letra, fala de um simples Silva, ou seja, a violência atinge a todos nós e não só a classe média, como muitas vezes, indignados, nós pensamos... E Silva, posso ser eu, pode ser o funkeiro e pode ser o nosso ilustre Presidente da República... Quem sabe algum destes Silvas governantes abre os olhos e se digna a fazer alguma coisa?

Rap do Silva
Bob Rum
Composição: Bob Rum


Era um domingo de sol
Ele saiu de manhã
Pra jogar seu futebol
Deu uma rosa pra irmã
Deu um beijo nas crianças
Prometeu não demorar
Falou com sua esposa que iria vir pra almoçar

Era trabalhador,
pegava o trem lotado
Tinha boa vizinhança era considerado
E todo mundo dizia
que era um cara maneiro
Mas todos o criticavam
porque ele era funkeiro

O funk não é modismo
É uma necessidade
É pra calar os gemidos
que existem nessa cidade

E todo mundo devia nessa história se ligar
Porque tem muito amigo que vai pro baile dançar
Esquecer os atritos
Deixar a vida pra la
E entender o sentido quando o DJ detonar

Era só mais um Silva
que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de familia

E anoitecia ele se preparava
É pra curtir o seu baile
Que em suas veias rolava
Pôs com a melhor camisa
Tênis que comprou suado
E bem antes da hora
ele já estava arrumado

Se reuniu com a galera
Pegou o bonde lotado
Os seus olhos brilhavam
Ele estava animado
Sua alegria era tanta
Ao ver que tinha chegado
Foi o primeiro a descer
E por alguns foi saudado

Mas naquela triste esquina
Um sujeito apareceu
Com a cara amarrada
Sua alma estava um breu
Carregava um ferro
Em uma de suas mãos
Apertou o gatilho
Sem dar qualquer explicação

E o pobre do nosso amigo
Que foi pro baile curtir
Hoje com sua familia
Ele não irá dormir

Era só mais um Silva
que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família

2 comentários:

Anônimo disse...

gosto muito dessa música!
bons tempos de colégio militar meus!

beijào,minha cara autoridade.

saudades...sempre!

Anônimo disse...

caracaaa tenho essa musica no velho cd de capa rosa com um lobo na frente Rap Brasil I hehehe
boa boa