sábado, 12 de julho de 2008

Acontece...

De repente acontece da pessoa quem você mais esperava que lhe telefonasse no seu aniversário esquecer a data. Acontece. Freud sabe os motivos. E você também. Mas vá lá. Você não está mais em idade de ficar guardando mágoas nem remoendo esse tipo de situação. Esqueceu, está esquecido, pronto. E afinal de contas, quanta gente lembrou??? Um monte, não foi? Pois então.

Mas você passa o dia, mesmo sem querer, aguardando aquele telefonema que não chega. E você chega a imaginar: "se ele não ligou, é porque está a caminho, certamente vai me fazer uma surpresa." E quando dá meia noite e você está de volta de um jantar com sua filha e uma amiga, antes de dormir você ainda pensa: "é... perdeu a chance! Meia noite e um e agora, só no ano que vem para ligar no dia certo."

E você dorme sem maiores neuras pois afinal no dia seguinte tem festa na sua casa. E no outro também. No sábado reuniãozinha com os amigos e no domingo, almoço de família. Mas no meio da tarde, ele se lembra. E começa a mandar uma série de torpedos se desculpando.

Aí você fica brava!!! Fica realmente triste!!! Afinal de contas, para quem já havia esquecido e não havia sido porque havia planejado uma surpresa de se materializar na sua frente, o mínimo que você esperaria era um telefonema. Um telefonemazinho, dizendo: "mil desculpas!!! eu me esqueci!!!" Um telefonema que faria você perdoá-lo, pois você sempre o perdoa. Mas ao invés disso ele prefer se esconder atrás de três torpedos até que você corta o blá blá blá e manda um torpedo direto dizendo: "está perdoado" e mais umas verdades que ele merece ouvir.

O que ele não entende, e parece que nunca vai entender, é que você o perdoou por ter esquecido a data. Você sabe que homens vêm com esse defeito de fábrica. O que você não perdoou foi a falta da desculpa à altura. O mínimo para uma situação dessas era o telefonema. Melhor seria o telefonema seguido de flores e bombons entregues na sua porta com um cartão. Melhor ainda, apesar de brega, você iria rir com certeza, seria mandar mariachis tocarem uma música na sua varanda. E perfeito seria tomar um avião na hora em que se deu conta e vir pessoalmente se desculpar. Isso era o mínimo que você teria feito para se redimir.

Mas ele não é você e cada vez mais você se convence de que você merece alguém que lhe devote mais consideração. E você o perdoa, perdoa mesmo, pois a cada decepção ele desce do pedestal de onde você o colocou e vem para o mundo terreno dos humanos e suas falhas. E você pode olhar bem de perto e ver que ele na realidade ainda é um sapo. Os beijos não o transformaram em nenhum príncipe encantado.

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