terça-feira, 22 de agosto de 2006

Entrevista com uma cínica

Minha prima encanou com meu blog. Fala que eu (no blog) sou cínica e que na vida real não sou assim. Minha prima não entende nada de blogs... Quem disse a ela que no blog eu tenho que ser eu mesma? Imagina!!! Sendo um personagem ou meu alter ego, o povo já me decifra... (Tá bom, "o povo" não... me decifram...) imagina se eu fosse ser eu mesma aqui. Então resolvi dar uma entrevista a ela pra responder a todas as suas perguntas.

_ Porque Simplesmente Angel? E porque tantas derivações de Angela? De onde vem a inspiração para o título do seu blog?

Meu blog anterior se chamava "o blog da anginha". Eu achava péssimo! Adoro que me chamem de Anginha, até porque quem me chama assim é porque realmente tem intimidade e carinho por mim suficiente para isso. Mas o título ficou horrível. Parecia um blog de uma pré-adolescente, se fosse tido pelo nome apenas. E daquelas bem "patricinhas". Eu detestei, mas não tinha como mudar. O Weblogger não era muito fácil de mexer e tive que conviver com o título até o fim. Horrível isso, não? Coisas eternas demais... Eternas e imutáveis! Isso não existe na vida real. Daí aproveitei que também estava estressada que o Weblogger não era amigável para se editar (se você não sabia html, estava frito), vivia dando pau, ou seja tinha mais contras do que prós e resolvi mudar para cá. Quando mudei, mantive a linha de colocar um título com um apelido. Mas Angel é mais "aberto" é um apelido não tão exclusivo quanto "Anginha". Conto nos dedos as pessoas que me chamam de Anginha. Mas aí resolvi citar todas as derivações do meu nome pelas quais sou chamada. Gosto de apelidos. Acho que são uma forma carinhosa de te tratar, independente do teu nome, que pode ser algo muito formal. Eu por exemplo escolhi o nome da minha filha já sabendo o apelido pelo qual iria chamá-la.

_ De onde vem o cinismo nos seus textos? A ironia, o humor ácido?

Não sei onde você vê isso! Uma vez já me disseram que o carioca é cínico. Estou começando a acreditar. Devo ser tão cínica que não percebo. Onde você vê cinismo especificamente? Já a acidez, vem de mim mesma. Não sou "docemel" nunca fui e nem tenho pretensão a ser. Se eu fosse uma fruta eu seria um morango que pode ser doce mas com um azedinho no fundo. A ironia também vem de mim mesma. Talvez desejasse ser até um pouco mais irônica na vida real... Meu alter ego é bem mais irônico, sem dúvida!

_ Você faz textos profundos e textos superficiais. Faz a gente chorar e ter raiva da tua superficialidade às vezes.

Você acha isso mesmo? Nossa! Eu não sabia, disso. Mas é isso mesmo! A vida também não é assim? Feita de momentos fúteis e momentos úteis? Talvez eu seja mais "superficial" em certos aspectos mesmo. Meu pai assina a Veja e eu leio a Veja Rio. Eu compro o Globo aos domingos, leio o Segundo Caderno e a Revista do Globo, e dou o restante intacto pro meu pai ler. Meu pai é meu extremo oposto... Gosto de levar a vida leve. Só sou "profunda" quando preciso ser. Mas isso não faz de mim uma irresponsável. Muito pelo contrário. Por ter amadurecido tão cedo, me permito fazer esta escolha agora. Quem não me conhece e lê o blog, pode sim, por este motivo ter uma visão equivocada a meu respeito. Mas meu blog é uma ficção. Não é um ensaio sobre a minha personalidade.

_ Você fala que o blog é uma ficção. Seus personagens são fictícios ou reais? Sr Incrível existe? Mr Cat?

Já ia te responder que "Artimanha" e "Destino" são personagens fictícios. Antes que você achasse que eu não voltei da viagem. Mas vejo que você quer mesmo saber é destes dois aí...Sim eles existem. Todos dois são "meu número" mas não vou revelar a identidade nem de um nem de outro. Sr Incrível aliás ganhou este nome justamente por isso. Por ter uma identidade secreta. Os dois personagens fazem parte de algum momento importante na minha vida. As histórias algumas vezes são baseadas em fatos reais, às vezes pura imaginação. Isso aqui é uma válvula de escape. Canalizo minha energia ciativa para a escrita. Adoro escrever. E adoro misturar justamente para que fique a dúvida do que é verdade e do que é fictício. Se não não teria graça.

_ Você pretende mesmo lançar um livro? Quando?

(risos) Isto faz parte da minha personalidade "universo ao meu redor". Imagino a tarde de autógrafos, imagino as entrevistas, imagino meu livro entre os best sellers. Viajo nesta história! Mas o mercado editorial no Brasil é complicado. Não é tão fácil assim. Mas eu vou sim lançá-lo. Os sonhos servem pra isso, pra a gente correr atrás de realizá-los. Até 2008, sem dúvida, mas talvez lance antes. Sou muito ansiosa para esperar dois anos por um projeto... Será um livro de crônicas, uma coletânea do que já foi publicado aqui. Existe um outro projeto, de um romance, mas este ainda vai demorar. Está no início ainda, e parado...Não sei se sai do papel.

_ Uma última pergunta. Você fechou seu post sobre o homem perfeito, praticamente abrindo mão do cara. Você faria isso se encontrasse este cara? Sinceramente?

(risos) Sabia que era este o texto que havia te causado toda esta impressão de cinismo. Minha resposta é: o texto é fictício! Leia-o como se estivesse assistindo a um capítulo de Sex and the City. Mas se você quer saber minha resposta sincera, se por acaso isso fosse verdade, minha resposta seria "sim e não"... Não dá pra saber! Acho que sou muito feminista para repetir um modelo de casamento que considero falido nos moldes da nossa sociedade. Não há como dar certo numa sociedade polarizada onde a mulher tem o dever de cuidar da casa e dos filhos e o homem o direito de sair para beber cerveja e jogar futebol com os amigos. Mas este mesmo homem machista aceita de bom grado que a mulher trabalhe e coloque igualmente dinheiro dentro de casa. Neste ponto a revolução feminina foi um tiro no pé, principalmente porque as mulheres continuam acreditando num príncipe encantado. Por isso digo "sim", abriria mão sim, preferiria ter o cara como meu amante. A mulher dele que aturasse o machismo dele e eu continuaria livre para viver a minha vida sem desgastar uma relação porque o cara não levou o lixo na lixeira nem colocou a roupa na máquina de lavar para me ajudar. Mas não posso garantir. Sou racional o suficiente para saber que se tomada pela emoção posso agir de forma irracional. A gente cai nas armadilhas que a própria sociedade arma. A nossa sociedade prega o "amor romântico", o "felizes para sempre" que não existe. E a gente, quando se apaixona quer acreditar nisso. Numa hora destas eu diria "não", não abriria mão não! Não iria querer dividir este cara com ninguém. E ainda te digo mais, nem precisava atender a todos estes pré-requisitos. Bastaria rolar aquela conexão que a gente cisma que é cósmica. Que vem de um outro universo que não este aqui... Talvez o convidasse para morar comigo e vivesse o "que seja eterno enquanto dure" de forma intensa enquanto durasse. Talvez me mudasse pra morar com ele... Vai se saber... Estas coisas a gente não prevê. Um amigo meu, o maior cético e defensor do divórcio, acabou de me dizer que casou novamente. O amor é uma droga, os cientistas já descobriram! Um outro amigo meu concordou, falou que "amor e química têm tudo a ver, que sempre achou que existiam explicações para os nossos frios na barriga". Se a gente pensar desta forma, não é o pior dos vícios, né?

Um comentário:

Lucas Welter disse...

Vide "me explicando"... By the way, Simplesmente Angel is just perfect.