No meu caso, "posts profundos" tanto que tenho um marcador "existencial" pra tudo aquilo que é dessa linha...
Estava lendo o novo blog do Amílcar (vejam link ali do lado) que estudou Sociologia (que invejaaaaaa!!!) e está fazendo mestrado agora em Niterói, e por causa disso está fazendo uns posts muito profundos... Nem parece o mesmo Amílcar que falava dos jogos de Vitória, mas enfim, gosto dos dois estilos.
Daí ele começou a falar sobre várias coisas maneiras , a história do "se" , se eu tivesse feito isso e não aquilo, sobre a relação do dinheiro e trabalho, capitalismo e consumismo, etc... e eu comecei a viajar tanto que achei melhor postar aqui. Coisa feia isso de ficar alugando o espaço de comment dos amigos pra "postar" rsrsrsrs
Enfim... comecei a viajar sobre essa relação do "ter versus ser", desse capitalismo que nos força ao consumismo, e lembrei que quando eu tinha 19 anos (caraca!!! quase 20 anos atrás!!!) eu era recepcionista num apart hotel, e super ambiciosa. O Raul, então Supervisor da Recepção na época, uma vez me disse com certo desdém: "Você vai conseguir tudo o que quer (em termos profissionais ele se referia), pode ter certeza!" Pouco tempo depois ele pediu demissão, eu óbvio, assumi seu lugar, e depois soube por um hóspede italiano que o tinha visto no Nordeste, que ele estava lá, nas praias de Fortaleza, feliz e curtindo a vida!
Eu fiz minha carreira meio que ao contrário. Minha carreira em Hotelaria foi meteórica. Com 19 anos era Supervisora de Recepção, alguns anos depois, Gerente de Hospedagem em outro hotel... Mas precisei bater com um carro indo trabalhar no meio de um Carnaval, pra desacelerar (será???) pelo menos na vida profissional. Quando bati esse carro, na verdade Saturno já tinha feito a revolução dos 28 na minha vida e eu já tinha pedido demissão de Gerente de Hospedagem em um hotel, para voltar a ser apenas Recepcionista em outro. Mas bater o carro acho que foi o que me tornou carpe diem. Pouco tempo depois, pedi demissão e abandonei minha carreira de hotelaria. Será que eu estava finalmente entendendo o Raul??? Será que ele tinha razão???
Foi assim que vim parar aqui na ONG onde trabalho, ganhando DEZ VEZES menos!!! Sim , dez vezes menos, mas sou muito mais feliz agora! Mesmo com cheque especial estourado, mesmo dependendo das milhas da Continental para poder fazer a viagem dos meus sonhos para NYC, mesmo com IPVA do carro (o que é mesmo isso???) atrasado esperando cair no perdão da Prefeitura para os devedores...
E como toda mulher, quando estou triste penso em comprar roupas, ou sapatos, ou ainda mexer nos cabelos! Eu era imune aos sapatos, todas as mulheres são meio que viciadas e eu não... Mas agora estou assim também. Vitrine de sapataria para mim é como vitrine de joalheria ou livraria... Melhor nem passar perto. Mas a maturidade e o cheque especial estourado me ensinaram a me controlar. Pelo menos nesse quesito. Mas se for pra fazer uma ligação pelo celular de 15 min pra os Estados Unidos pra falar com quem eu amo às 3:30 da manhã ou ao meio dia, se estou com saudades e isso vai me deixar mais feliz, vou fazer e depois me viro pra pagar a conta... Isso eu ainda não mudei e nem sei se quero mudar... Também já aprendi que quando estou triste acho que meus cabelos não estão legais e tendo a fazer alguma merda com eles. E por merda entenda-se desde mudar radicalmente a cor ou o corte. Já me imaginei com os cabelos da Meg Ryan! Pensem! Eu com os cabelos da Meg Ryan!!! Hoje olhei pra uma tinta vermelha, lá no banheiro de casa, mas resisti bravamente. Fiz uma hidratação e vim trabalhar com um estilo sóbrio: de coque! Tudo pra não meter a tal tintura vermelha e depois me arrepender. Aprendi que cabelos tem um limite de tolerância às merdas que a gente faz a eles...
Alguns, racionais ao extremo (como meu pai por exemplo, e um ex quase namorado) acham que sou maluca. Outros, minha homeopata, meus amigos mais emocionais, acham que estou certa. Alguns me admiram, outros me desprezam. Não me importo, sinceramente! O que interessa é eu ser feliz. E eu sou! Mesmo com as frustrações da vida (não conseguir a passagem da Continental, para o sonho de passar o 4 de julho com o "amor da minha vida") eu rapidamente, e muito rapidamente sempre, "levanto, sacudo a poeira, dou a volta por cima" como diz a canção! Graças a Deus, a meu anjo da guarda (esse é maneiro!!!) e a muita auto-análise que me faz ser o que sou...
É essa a "filosofia de botequim" de hoje. Como eu não bebo cerveja (só champagne já falei isso!!!) prefiro postar! Um dia vai virar livro! E quem sabe eu vou viver de escrever???
Um comentário:
Ei,
Em primeiro lugar, se eu disser que o que eu escrevo no meu blog é sociologia, a SBS (Sociedade Brasileira de Sociologia) dá um jeito de cassar meu diploma. É filosofia de boteco mesmo.
Além disso, eu, como voluntátio (dono da organização) acho que o AFS devia pagar seu IPVA, hehe.
Falando sério agora, é, né, Angela? A gente não consegue se disciplinar pra ficar rico. Então, fica pobre mesmo, ehehehe. O problema é tentar ser rico e acabar sendo infeliz...
Beijo pra vc
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