terça-feira, 29 de agosto de 2006

Ignorance is bliss

Agora o açúcar volta a ser vilão! Quando era mais nova li um livro, emprestado por uma dentista chamado "Sem açúcar, com afeto". Em uma metáfora o autor comparava o açúcar refinado a um veneno derramado pelo diabo na terra, motivo pelo qual as frutas eram doces. De lá pra cá nunca abusei muito do açúcar, a não ser nas crises de TPM onde sinceramente não respondo por mim na frente de uma barra de Diamante Negro ou de um pote de Nutella. A matéria de capa da Veja esta semana desvenda em detalhes onde está "escondida" a carga glicêmica dos alimentos. Estou lendo um livro sobre criação do conhecimento e estava bem passando pelo capítulo que exlica como estamos presos no modelo cartesiando que pressupõe que sejam sempre feitas "enumerações tão completas e análises tão detalhadas a ponto de não restar a menor dúvida" sobre determinado assunto. A matéria da Veja me pareceu exatamente isso! Páginas e páginas sobre a carga glicêmica dos alimentos, com dados, fotos, comparações, acho que só faltaram gráficos. Sinceramente não li, passei os olhos. Já confessei que só leio a Veja Rio. Mas fiquei assustada... meu Deus!!! Me liberem! Para comer agora vou ter que comparar uma maçã com dois pães franceses ou três cenouras cozidas para depois optar???

E a matéria do Globo Reporter de sexta-feira passada? Que afirma que o ovo frito com clara dura e gema bem molinha ajuda a recuperar os neurônios? E que se dane o colesterol! Bom, adorei saber! Ainda que eu não me preocupe muito com "Tico e Teco" pois não venho fazendo nada que os destrua (além da descoloração dos cabelos, é claro!) adoro um prato de arroz, feijão e ovo frito exatamente como descrito acima, por mais metida a besta que eu seja. Vou continuar a comer meu ovinho frito sem a menor culpa agora!

E a gordura trans? Já parei de comer margarina há muito tempo, desde que descobri que ela forma um látex dentro das nossas artérias, ou será que foi quando descobri que ela tem apenas uma molécula diferente do plástico? Não lembro... Deve ter afetado a minha memória... Será que margarina causa Alzheimer??? Enfim... agora, acabo de descobrir que apenas dois biscoitos Bono recheados têm 100% a mais do limite de gordura trans diária. Nunca fui muito fã de Bono não, mas meu irmão devorava fácil um pacote em menos de 5 minutos. Acho que minha mãe até poderia ser processada por ele se estivéssemos nos Estados Unidos. Por comprar pacotes e mais pacotes de Bono para um adolescente indefeso. Por via das dúvidas falei para minha mãe não oferecer Bono para a Carol.

E o glutén? Recentemente descobriu-se que ele forma uma espécie de cola nas paredes do nosso intestino e que o nosso corpo não foi progamado genéticamente para absorvê-lo. Não só os celíacos, mas todos nós. Minha metáfora mental foi que a farinha de trigo ou o cimento branco (aquele de rejuntar azulejos) são primos-irmãos. Tudo depois da matéria de capa da Revista do O Globo que virou piada aqui no trabalho quando me recusei a comer uma torta de aniversário porque "continha glutén". Claro que era pilha minha. Não comi porque estava de dieta, tentando seguir o modelo de corpo esquálido ditado pelas modelos das revistas de beleza... Eu? Deixar de comer glutén para preservar meu cólon? Nem todo mundo percebe quando estou sendo irônica e cai na minha pilha. Pra deixar de comer alguma coisa tem que ser por um motivo menos fútil, como manter o corpitcho sarado.

Sinceramente??? Cheguei a conclusão que devo estar escolhendo mal os meus programas de TV ou as revistas que ando lendo. Ou então que ignorance is really bliss! Bom, deixa eu terminar por aqui. Vou almoçar. Não sei o quê agora, né? Perdi até a fome e não me restaram muitas opções. Mas não podemos ficar mais do que três horas sem comer. Para não comprometer o metabolismo!

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